domingo, 4 de dezembro de 2011

Casa de cada um

CASA DE CADA UM
 (texto de Walcyr Carrasco) 
Nesta época, gosto de tratar da vida. Dou a roupa que não uso mais. Livros que não pretendo reler. Envio caixas para bibliotecas. Ou abandono um volume em um shopping ou café, com uma mensagem: "Leia e passe para frente!".
Tento avaliar meus atos através de uma perspectiva maior.
Penso na história dos Três Porquinhos. Cada um construiu sua casa. Duas, o Lobo derrubou facilmente. Mas a terceira resistiu porque era sólida. Em minha opinião, contos infantis possuem grande sabedoria, além da história propriamente dita. Gosto desse especialmente.
Imagino que a vida de cada um seja semelhante a uma casa. Frágil ou sólida, depende de como é construída. Muita gente se aproxima de mim e diz:Eu tenho um sonho, quero torná-lo realidade!
Estremeço.
Freqüentemente, o sonho é bonito, tanto como uma casa bem pintada. Mas sem alicerces. As paredes racham, a casa cai repentinamente, e a pessoa fica só com entulho. Lamenta-se.
Na minha área profissional, isso é muito comum.

Diariamente sou procurado por alguém que sonha em ser ator ou atriz sem nunca ter estudado ou feito teatro. Como é possível jogar todas as fichas em uma profissão que nem se conhece?
Há quem largue tudo por uma paixão. Um amigo abandonou mulher e filho recém-nascido. A nova paixão durou até a noite na qual, no apartamento do 10º andar, a moça afirmou que podia voar. Deixa de brincadeira , ele respondeu.
Eu sei voar, sim! rebateu ela.
Abriu os braços, pronta para saltar da janela. Ele a segurou. Gritou por socorro. Quase despencaram. Foi viver sozinho com um gato, lembrando-se dos bons tempos da vida doméstica, do filho, da harmonia perdida!

Algumas pessoas se preocupam só com os alicerces. Dedicam-se à vida material. Quando venta, não têm paredes para se proteger. Outras não colocam portas. Qualquer um entra na vida delas.
Tenho um amigo que não sabe dizer não (a palavra não é tão mágica quanto uma porta blindada). Empresta seu dinheiro e nunca recebe. Namora mulheres problemáticas. Vive cercado de pessoas que sugamsuas energias como autênticos vampiros emocionais. Outro dia lhe perguntei:Por que deixa tanta gente ruim se aproximar de você?
Garante que no próximo ano será diferente. Nada mudará enquanto não consertar a casa de sua vida.
São comuns as pessoas que não pensam no telhado. Vivem como se os dias de tempestade jamais chegassem. Quando chove, a casa delas se alaga.
Ao contrário das que só cuidam dos alicerces, não se preocupam com o dia de amanhã.
Certa vez uma amiga conseguiu vender um terreno valioso recebido em herança. Comentei:
Agora você pode comprar um apartamento para morar.
Preferiu alugar uma mansão. Mobiliou. Durante meses morou como uma rainha. Quase um ano depois, já não tinha dinheiro para botar um bife na mesa!
Aproveito as festas de fim de ano para examinar a casa que construí. Alguma parede rachou porque tomei uma atitude contra meus princípios?
Deixei alguma telha quebrada?
Há um assunto pendente me incomodando como uma goteira?
Minha porta tem uma chave para ser bem fechada quando preciso, mas também para ser aberta quando vierem as pessoas que amo?
É um bom momento para decidir o que consertar. Para mudar alguma coisa e tornar a casa mais agradável.
Sou envolvido por um sentimento muito especial.
Ao longo dos anos, cada pessoa constrói sua casa.
O bom é que sempre se pode reformar, arrumar, decorar!
E na eterna oportunidade de recomeçar reside a grande beleza de ser o arquiteto da própria vida.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

TESE DE DOUTORADO SOBRE MÉDIUNS ESPÍRITAS

Doutor EM PSIQUIATRIA DEFENDE

"TESE DE DOUTORADO" SOBRE "MÉDIUNS ESPÍRITAS"
Alexander Moreira de Almeida é médico e doutor em psiquiatria pela USP Universidade de São Paulo, coordenador do NEPER Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e director técnico e clínico do HOJE Hospital João Evangelista. O facto de registo, é que o doutor Alexander de Almeida defendeu sua Tese de Doutorado sobre Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas" recorrendo a dezenas de médiuns espíritas e a varias associações espíritas de São Paulo, onde concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal de Espiritismo.
Como médico psiquiatra, o que o levou a escolher tal Tese de trabalho, para o seu doutoramento: Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas"?
A.M.A A importância que as vivências mediúnicas tiveram e ainda têm nas diversas civilizações e, mesmo assim, serem praticamente inexploradas no meio académico.
Como os seus examinadores e a própria Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, viram a sua Tese de Doutorado?
AMA Muito bem. Sempre recebi todo o apoio do Departamento de Psiquiatria da USP, da FAPESP (Fundação de Amparo Á Pesquisa do Estado de São Paulo), bem como a banca teve uma postura muito científica: rigorosa, mas aberta.
E o orientador da Tese de Doutorado? Quem foi?
AMA Francisco Lotufo Neto, professor livre-docente do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo..
Quem foram seus examinadores?
AMA Prof. Dr.. Paulo Dalgalarrondo, Doutor pela Universidade de Heildelberg (Alemanha), livre-docente em Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); Prof. Dr. Leonardo Caixeta, psiquiatra, doutor em Neurologia pela Universidade de São Paulo, professor da UFG (Universidade Federal de Goiás); Prof. Homero Vallada, livre-docente, Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade de Londres, maior especialista em genética psiquiátrica no Brasil e pelo Prof. Dr. Paulo Rossi Menezes, psiquiatra e epidemiologista, doutor pela London Universisty, livre-docente da faculdade de Medicina da USP.
Existiu algum critério específico para a composição da Banca Examinadora?
AMA Que fossem pesquisadores destacados e que estudassem áreas relacionadas ao tema da tese.
Durante seu estudo, verificou por certo o grau de escolaridade dos médiuns espíritas. São eles incultos e ignorantes como se diz?
AMA 46,5% dos médiuns tinham escolaridade superior ou superior com pós-graduação. O Censo Brasileiro de 2000 mostrou que o Espiritismo é a única religião em que a proporção de adeptos aumenta quanto maior o nível educacional do segmento estudado.
Os médiuns espíritas sofrem de transtornos dissociativos, psicóticos ou transtornos de personalidade múltipla?
AMA Eles também podem apresentar estes e outros transtornos mentais, como qualquer indivíduo, no entanto, a prevalência de problemas psiquiátricos entre os médiuns estudados foi menor que o encontrado na população geral.
Então os médiuns espíritas não são esquizofrénicos?
AMA Não, eles são até mais saudáveis que a população geral. Isto, apesar de terem muitas vivências alucinatórias e de influência que normalmente são consideradas como sintomas clássicos de esquizofrenia.
Como a mediunidade é vista pela medicina?
A.M.A Como a expressão de uma manifestação cultural, religiosa, que não necessariamente é patológica. Sobre a explicação de sua origem, habitualmente é considerada como um fenómeno dissociativo em que se manifestam conteúdos do inconsciente do indivíduo. No entanto, estas ideias são baseadas em muitas opiniões e poucas pesquisas.
A mediunidade é causa de doenças mentais?
AMA Apesar de, historicamente, nos últimos 150 anos ter se acreditado nisto, não há evidências a este respeito.
Quais os possíveis mecanismos neurofisiológicos da mediunidade?
AMA Desconheço estudos a este respeito, tudo que eu dissesse seria meramente especulativo.
Alguns colegas defendem que a glândula pineal é o órgão sensorial da mediunidade. Sabemos que essa hipótese não é nova. O espírito de André Luiz através do respeitado médium Francisco Cândido Xavier trouxe de novo a lume. Qual a sua opinião?
AMA Há uma longa história de associação da pineal com o Espírito, isto vem desde Descartes. Do ponto de vista científico, desconheço qualquer estudo trazendo evidências da pineal se relacionar com mediunidade. Entretanto, sem dúvida é uma interessante hipótese a ser testada.
Sendo médico e doutor em psiquiatria, o que é a mediunidade?
AMA Penso que a mediunidade é uma manifestação de uma habilidade humana que tem estado presente na maioria das civilizações ao longo da história. A origem destas vivências em muitos casos, acredito, podem estar realmente no inconsciente dos médiuns. Entretanto, há um considerável número de casos em que esta explicação é insuficiente, apontando para alguma fonte externa ao médium.
Como relaciona psiquiatria, espiritualidade e mediunidade?
AMA A psiquiatria deve estar interessada numa visão abrangente e multifacetada do ser humana, assim a espiritualidade deve ser levada em conta, como todas as demais dimensões da existência humana. Por fim, a mediunidade é uma vivência que pode nos revelar muito sobre o funcionamento da mente e sua relação com o corpo. Muitos de nossos trabalhos na área podem ser acessados na página www.hojenet.org no item teses & artigos.
Como distingue em seus pacientes mediunidade com distúrbios meramente neuropsicológicos?
AMA Esta pergunta não admite uma resposta simples. Faz-se necessária uma avaliação cuidadosa e ampla da pessoa, o que ela tem vivenciado, suas crenças e seu contexto social e cultural. Em linhas gerais, para uma certa vivência ser considerada indicativa de um transtorno mental, deve estar associada a sofrimento, falta de controle sobre sua ocorrência, gerar incapacitação, coexistir com outros sintomas de transtornos mentais e não ser aceita pelo grupo cultural ao qual pertence o indivíduo.
Ao receber um paciente portador de faculdade mediúnica, como conduz o caso?
AMA Trato o transtorno mental existente além de recomendar que o paciente continue com suas práticas religiosas. No entanto, se ele estiver com desequilíbrios mais graves, inicio o tratamento farmacológico e psicoterápico e solicito o afastamento das actividades mediúnicas. No entanto, recomendo que continue participando das demais actividades religiosas (palestras, orações, cultos, passes…)
O seu estudo reuniu a maior amostra de médiuns espíritas alguma vez investigada na área médica no mundo. A sua tese já teve repercussões no meio médico ou em algum centro de investigação universitário? Quais?
AMA Tenho apresentado os resultados da tese em congressos científicos no Brasil e nos EUA, como por exemplo o Congresso Brasileiro de Psiquiatria e International Conference on Mediumship promovido pela Parapsychology Foundation
Nesses congressos científicos, como os investigadores brasileiros e norte-americanos reagiram à sua investigação?
AMA Muito bem, demonstrando bastante interesse.
Como vê a doutrina espírita, codificada por Allan Kardec?
AMA Como uma proposta bem fundamentada de se fazer uma investigação científica e com bases empíricas de fenómenos antes considerados metafísicos e fora do alcance da ciência.
O que é o NEPER Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo?
AMA É um grupo de estudos interdisciplinar das relações entre religiosidade saúde. É composto por psiquiatras, neurologistas, historiadores, psicólogos, antropólogos, filósofos. Não está vinculado a nenhuma religião, se prende apenas à rigorosa investigação científica nesta área.
Que mensagem gostaria de deixar aos médicos europeus?
AMA Na Europa já existem iniciativas muito interessantes na área da espiritualidade, como a Fundação BIAL em Portugal, a Society for Psychical Research e muitos médicos britânicos que investigam o tema, bem como a disciplina de parapsicologia da Universidade de Edimburgo, além de iniciativas das Associações Médico-Espíritas. Que continuem se interessando e investigando cada vez mais as desafiadoras e fascinantes relações entre espiritualidade e ciência.
DADOS DA INVESTIGAÇÃO
Total: 115 médiuns espíritas
Mulheres: 76,5%
Média de Idade: 48 anos
Desemprego: 2,7%
Curso superior: 46,5%
Média de anos no espiritismo: 16 anos
Possuíam mais de 3 tipos de mediunidade;
Incorporação: 72%
Psicofonia: 66%
Vidência: 63%
Audiência: 32%
Psicografia: 23%
Exerciam a mediunidade por semana: 7 a 14 vezes
PRINCIPAIS CONCLUSÕES
1- Os médiuns espíritas diferiam das características de portadores de transtornos de personalidade múltipla e possuíam uma alta média de sintomas de primeira ordem para esquizofrenia, mas estes não se relacionavam aos escores de outros sintomas psiquiátricos e não se relacionavam a problemas no trabalho, família ou estudos.
2- A maioria teve o início de suas manifestações mediúnicas na infância e estas, actualmente, se caracterizam por vivências de influência ou alucinatórias que não necessariamente implicam num diagnóstico de esquizofrenia.
3- A mediunidade provavelmente se constitui numa vivência diferente do transtorno de personalidade múltipla.
Dr. LUIS DE ALMEIDA-XV-CONGRESSO ESPIRITA ESPAÑOL-2007-João Cabral

TESE DE DOUTORADO DA USP ESTUDA O PERFIL DOS MÉDIUNS ESPÍRITAS

(matéria publicada na Folha Espírita em agosto de 2005)

A Folha Espírita entrevistou o Dr Alexander Moreira de Almeida, coordenador do Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos (NEPER) do Instituto de Psiquiatria HC-FM-USP

O psiquiatra Alexander Moreira de Almeida, 31, apresentou, em fevereiro, sua tese de doutorado na banca examinadora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) com o tema "Fenomenologia das experiências mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas", em que analisou o perfil de médiuns espíritas e sua convivência com outras pessoas da sociedade. A pesquisa, feita sob orientação do professor Francisco Lotufo Neto, estudou o perfil sociodemográfico e a saúde mental de 115 médiuns espíritas da cidade de São Paulo, analisando o histórico de suas experiências mediúnicas e sua adequação social. A conclusão da pesquisa mostrou a diferenciação do perfil que é habitualmente apresentado na literatura científica, como pessoas com baixa escolaridade e renda e apresentando algum transtorno dissociativo ou psicótico.

Os médiuns analisados apresentaram "alto nível socioeducacional, baixa prevalência de transtornos psiquiátricos e razoável adequação social", define Almeida no resumo de sua tese. A proporção de médiuns que apresentou algum sintoma de transtornos mentais foi menor do que a encontrada na população em geral.

A pesquisa de Almeida constatou que 76,5% dos médiuns eram mulheres, a idade média era de 48 anos, menos de 3% estavam desempregados e 46,5% tinham curso superior e seguiam a Doutrina Espírita, em média, há 16 anos. A pesquisa mostrou ainda que "a maioria dos médiuns estudados teve o início de suas manifestações mediúnicas na infância, e essas, atualmente, se caracterizam por vivências de influência ou alucinatórias, que não necessariamente implicam num diagnóstico de esquizofrenia". Os médiuns participantes do estudo trabalham em nove centros espíritas kardecistas da Aliança Espírita Evangélica, em São Paulo.

Procedimentos

Os 115 médiuns estudados responderam a um questionário sociodemográfico antes ou depois das reuniões espíritas e a outro ligado à atividade mediúnica. Eles responderam ainda aos questionários SRQ (Self-Report Psychiatric Screening Questionnaire) e EAS (Escala de Adequação Social), que rastreia a presença de transtornos mentais e mostra como a pessoa se relaciona em sociedade, respectivamente.

Com o resultado dessa primeira parte da pesquisa, foram selecionados 24 médiuns que foram analisados pelo SCAN (Schedules for Clinical Assessment in Neuropsychiatry) – uma entrevista psiquiátrica padrão – e pelo DDIS (Dissociative Disorders Interview Schedule), que aponta a presença ou não de transtornos dissociativos (quando uma parte da mente funciona de forma independente) de 11 sintomas para o diagnóstico da esquizofrenia, tais como: vozes dialogando na sua cabeça, comentando suas ações, ter suas ações produzidas ou controladas por alguém fora de você. "Os médiuns apresentaram, em média, quatro deles, mas a presença dos sintomas não indicou a existência de nenhuma doença mental", afirmou Almeida. Não foi estabelecida nenhuma correlação entre freqüência de atividades mediúnicas e problemas mentais ou desajuste social.

A tese de doutorado de Almeida confirma o que o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra: o crescimento da proporção de espíritas no Brasil conforme aumenta a escolaridade da população. Segundo o IBGE, o Espiritismo ocupa a quarta posição entre as religiões praticadas no Brasil, e é a segunda opção religiosa de 40 milhões de brasileiros. O IBGE mostra ainda que o Brasil é o país com a maior população espírita do mundo.

"Precisamos de mais pesquisas"

Essa é a opinião de Alexander Moreira de Almeida com relação às pesquisas em espiritualidade e saúde. Doutor em Psiquiatria pela USP, coordenador do Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos (NEPER) do Instituto de Psiquiatria HC-FM-USP – que estuda as questões religiosas e espirituais segundo o enfoque científico, sem vínculo com nenhuma corrente religiosa ou científica – e diretor técnico e clínico do Hospital João Evangelista (HOJE), ele falou sobre o tema no Mednesp, que resumimos abaixo:

Folha Espírita – Até onde já se chegou com as pesquisas em espiritualidade e saúde?
Alexander Moreira de Almeida – Atualmente, já é amplamente reconhecida a importância que a espiritualidade exerce na vida das pessoas. Deixou-se de lado uma visão preconceituosa de ignorar, desqualificar ou considerar patológicas as expressões de espiritualidade. Muitos intelectuais renomados difundiram a idéia, sem bases em pesquisas sólidas, de que religiosidade era algo associado à ignorância, culpa, infelicidade e imaturidade psicológica. Hoje, já se sabe que o envolvimento religioso habitualmente está associado a melhores indicadores de saúde e bem-estar.

FE – Até onde ainda falta caminhar?
Almeida – Ainda há muito para fazer. É preciso determinar melhor quais componentes da vivência religiosa se associam a indicadores positivos e quais se associam a indicadores negativos. São necessários mais estudos na população geral e com outros grupos religiosos, além dos católicos e protestantes (que compõem as amostras da maioria dos estudos, já que são feitos nos EUA). É necessário conhecer melhor os mecanismos pelos quais a espiritualidade influencia a saúde, além da relação mente–corpo.

FE – Qual o impacto que o envolvimento religioso tem sobre a saúde física e mental?
Almeida – Os estudos têm mostrado que esse envolvimento se associa ao menor uso de álcool e outras drogas, menores taxas de suicídio, maior expectativa de vida, menos depressão e melhor funcionamento do sistema imunológico.

FE – Como realizar diagnóstico diferencial entre uma experiência religiosa e um problema mental?
Almeida – Essa pergunta não admite uma resposta simples. Faz-se necessária uma avaliação cuidadosa e ampla da pessoa, o que ela tem vivenciado, suas crenças e seu contexto social e cultural. Em linhas gerais, para uma certa vivência ser considerada indicativa de um transtorno mental, deve estar associada a sofrimento, falta de controle sobre sua ocorrência, gerar incapacitação, coexistir com outros sintomas de transtornos mentais e não ser aceita pelo grupo cultural ao qual pertença o indivíduo

sábado, 26 de novembro de 2011

De um jeito que é só seu

Há um jeito que é só seu, de semear o bem. Se tem sabedoria para falar, fale! Há pessoas precisando de quem lhes rasgue novos horizontes. Se tem o dom de ouvir, ouça! Há pessoas precisando falar para reorganizar os pensamentos e sentimentos.

Se tem o dom de enxergar os talentos alheios, enalteça-os! Há pessoas que desabrocham por conta de alguém que lhes reconheça um dom. Se tem discernimento o bastante para fazer uma observação construtiva, faça-a! Há pessoas persistindo no mesmo erro, por falta de alguém que as alerte com carinho e firmeza.

Se você não tem vocação para engajar-se em movimentos filantrópicos de grande alcance, tenha em mente que o maior bem a ser semeado começa dentro do seu lar. Oferte a sua canção, a sua poesia, a sua hospitalidade, aquele prato que ninguém sabe fazer igual.

Oferte a sua diplomacia, a sua liderança ou a sua capacidade de atuar em segundo plano para o bem comum. Oferte o seu talento para contar piadas e fazer rir; a sua ternura natural no trato com crianças, idosos ou animais; a sua capacidade de manter o sangue frio nas horas de crise, quando todos em sua volta desabam.

A sua santa paciência de permanecer num hospital ao lado de um enfermo terminal, ou de varar a noite num velório, naquela hora crítica em que todos vão embora, ofereça. Há um jeito que é só seu e todo seu, mesmo que seja ofertar uma flor sem ser dia de nada. Mesmo que seja uma prece sincera feita no silêncio do seu quarto.

Na contabilidade Divina, pouco importa se o seu jeito de semear o bem vai alcançar uma criatura, ou milhões de criaturas. Você está fazendo a sua parte, de um jeito que é só seu. É só isto que realmente importa!

— Fátima Irene Pinto (www.fatimairene.com

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

FOLHA ESPIRITA SÃO-JOANENSE - DEZ.2011

FOLHA ESPIRITA SÃO-JOANENSE

I-  TANSIÇÃO DA TERRA

O processo que levará nosso planeta ao estágio de "mundo de regeneração" já está em curso há muito tempo. No último capítulo de "A Gênese" (lançada em 1868), Allan Kardec – o Codificador do Espiritismo –  já falava sobre o tema, sob o título "Os tempos são chegados".

Sugerimos ao nosso leitor que reveja esse importante capítulo, no qual encontramos o seguinte, no item 34: "É um desses movimentos gerais que se opera neste momento, e que deve trazer o remanejamento da Humanidade. A multiplicidade das causas de destruição é um sinal característico dos tempos, porque elas devem apressar a eclosão de novos germes. São folhas de outono que caem, e às quais sucederão novas folhas cheias de vida, porque a Humanidade tem suas estações, como os indivíduos têm suas idades. As folhas mortas da Humanidade caem levadas pelas rajadas e golpes de vento, mas para renascerem mais vivazes sob o mesmo sopro de vida, que não se extingue, mas se purifica."

Ou seja, amigo leitor: o mundo não vai acabar, mas se transformar. Os momentos que antecedem a transformação de um planeta vêm sempre acompanhados de cataclismos naturais e catástrofes (como o tsunami de 2004 e os vários terremotos mais recentes) no aspecto físico. Já no sentido moral, acumulam-se os escândalos financeiros, a corrupção generalizada, a desigualdade social mais gritante...

É como se a mudança efetiva esperasse a chegada da Humanidade ao "fundo do poço" nos aspectos físico e também moral; desse momento em diante, operam-se as transformações, como uma "limpeza" no ambiente. Será quando muitos Espíritos bem preparados estarão retornando pela reencarnação e outros (os equivocados), abandonando a Terra para dar espaço aos bons que a tomarão para dirigir com a mentalidade voltada para o Bem  e o Amor.

Nesse sentido, os chamados "flagelos destruidores" levam muitos seres resistentes ao processo de mudança. Vejam-se, por exemplo, os mais de 250 mil mortos no tsunami do Oceano Índico. A esse respeito, há um trabalho de Divaldo Franco, sobre o qual ainda falaremos nesta edição.

 

II-  O QUE TEMER, ENTÃO?

Todos conhecemos e confiamos na imensa bondade e justiça do Criador. Portanto, não há o que temer quando se fala em mudanças bruscas, catástrofes, desgraças gerais pelo planeta quando for "o momento" da transição. Na verdade, esse momento não é único, demarcado. Já está acontecendo há muito tempo. Só devem temer seus efeitos aqueles seres humanos que deixaram de fazer sua reforma íntima, sua mudança para melhor. Já que a lei universal é de progresso, façamos a nossa parte no que se refere à preocupação com nosso lado moral, espiritual. Se "os mansos  herdarão a Terra", sejamos NÓS esses abençoados. E que 2012 seja um bom começo desse processo de reformulação para todos!

     NOTA IMPORTANTE: Para quem gosta de acompanhar vídeos interessantes e instrutivos pela internet, queremos sugerir o nome "Matias de Stefano", um rapaz especial (considerado "Índigo"), que fala sobre o processo de transição do planeta com muita serenidade. Pesquise esse nome no Google e assista aos vídeos. Você vai se sentir reconfortado com as informações.

 

O PODER DO AGORA

            Você alguma vez já vivenciou, realizou, pensou ou sentiu alguma coisa fora do AGORA? Nada jamais aconteceu no passado, aconteceu no agora, no momento presente. Nada jamais acontecerá no futuro, acontecerá AGORA. O que consideramos como passado é um traço da memória, armazenado na mente, de um "agora" anterior. O futuro é um agora imaginado, uma mera projeção da mente. Obviamente, o passado e o futuro não têm realidade própria. A realidade deles é "emprestada" do agora.

 

Enquanto não somos capazes de acessar o "poder do Agora", vamos acumulando resíduos de sofrimento emocional. Todo esse sofrimento cria um campo de energia negativa que ocupa a mente e o corpo. O sofrimento pode nos parecer um monstro perigoso, mas eu lhe garanto que se trata de um fantasma frágil. Ele não pode prevalecer sobre o poder da nossa presença, agora.


              O Tempo do relógio não diz respeito apenas a marcar um compromisso ou programar uma viagem. Inclui aprender com o passado, para não repetir os mesmos erros indefinidamente. Mas, mesmo aqui, no âmbito da vida prática, onde não podemos agir sem uma referência ao passado ou ao futuro, o momento presente permanece como um fator essencial, porque qualquer ação do passado se aplica ao agora. E planejar ou trabalhar para atingir um determinado objetivo é feito agora, no momento presente.


              O principal foco de atenção das pessoas iluminadas é sempre o Agora, embora elas tenham uma noção relativa do tempo (como todos nós). Se estabelecemos um objetivo e trabalhamos para alcançá-lo, estamos empregando o tempo do relógio. Se insistimos demais nesse objetivo, talvez por uma busca de satisfação, deixamos de respeitar o Agora. E ele é reduzido a um mero degrau para o futuro, sem nenhum valor intrínseco. O tempo do relógio se transforma então em tempo psicológico. Nossa jornada deixa de ser uma aventura e passa a ser encarada como uma necessidade obsessiva de chegar, de possuir, de "conseguir". Aí não somos mais capazes de ver nem de sentir as flores pelo caminho, nem de perceber a beleza e o milagre da vida que se revela em tudo ao redor, como acontece quando estamos presentes no Agora.  (Esse é o conteúdo do livro "O Poder do Agora", do escritor espiritualista Eckhart Tolle. Texto adaptado da internet).

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

 

Seguimos com as questões e comentários de Allan Kardec nessa obra fundamental do Espiritismo. (Grifos e textos entre parênteses são comentários nossos). 

Vamos ao final dos comentários de Kardec ao final da Questão 165,  quando o Codificador nos ensinava que um desencarnado recente pode até assistir ao seu funeral, como se fosse um estranho e aquilo não lhe dissesse respeito, até o momento em que compreende a verdade. E prossegue: "A perturbação que se segue à morte nada tem de penosa para o homem de bem; é calma e em tudo semelhante àquela que acompanha um despertar tranquilo. Para aquele que não tem a consciência pura, ela é cheia de ansiedade e de angústias, que aumentam à medida que ele reconhece a sua nova situação."

"Nos casos de morte coletiva, tem-se observado que todos os que perecem ao mesmo tempo nem sempre se reveem  imediatamente. Na perturbação que se segue à morte, cada um vai para o seu lado ou se preocupa apenas com aqueles que lhe interessam".

 E assim chegamos ao final do capítulo "Retorno da Vida corpórea à Vida espiritual". O próximo capítulo tem o título "PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS", começando com o tema REENCARNAÇÃO:

Questão 166Como a alma que não alcançou a perfeição na vida corpórea acaba de depurar-se? Resposta dos Espíritos: Suportando a prova de uma nova existência.

Questão 166-a – Como a alma realiza essa nova existência: é por sua transformação como Espírito? Resposta: Depurando-se, a alma sofre, sem dúvida, uma transformação; mas para isso lhe é necessária a prova da vida material.

Q. 166-b – A alma passa, pois, por várias existências corporais? Resposta: Sim, todos nós passamos por várias existências físicas. Os que dizem o contrário pretendem manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram.

Q. 166-c – Parece resultar desse princípio que a alma, depois de deixar um corpo, toma outro, ou seja, ela se reencarna em novo corpo. É assim que se deve entender? Resposta: É evidente que sim.

Q. 167 – Qual é o objetivo da reencarnação? Resposta: Expiação, aprimoramento progressivo da Humanidade. Sem isso, onde estaria a justiça?

Q. 168 – O número de existências corporais é limitado ou o Espírito reencarna perpetuamente? Resposta: A cada nova existência o Espírito dá um passo no caminho do progresso; quando se despojou de todas as suas impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal.

Q. 169 – O número de encarnações é o mesmo para todos os Espíritos? (Veja a resposta no próximo número, prezado leitor. Pense a respeito).  

PROGRAMA DE RÁDIO – Ouça aos domingos, de 8h25 às 9h, o programa "Em busca da Serenidade" na Rádio São João del-Rei. Quatro grupos Espíritas se revezam na sua  apresentação. Confira: você vai gostar. Todo domingo, às 8h25min, na Rádio São João.

 

              O LIVRO DOS MÉDIUNS

 

Trazemos mais um trecho dessa importante obra de Kardec sobre a Mediunidade para você; trata-se de perguntas do Codificador sobre "contradições e mistificações", mostrando que o melhor caminho para se entender uma ciência ou uma filosofia é através do seu estudo aprofundado. Acompanhe:

Kardec pergunta: Há pessoas que não têm tempo nem aptidão necessária a um estudo mais aprofundado. Aceitam sem exame o que lhes ensinam. Não haveria aí o inconveniente de acreditar em erros?

Resposta dos Mentores: Que pratiquem o bem e não façam o mal, isso é o essencial. Para isso não há duas doutrinas. O bem é sempre o bem, quer o façam em nome de Alá ou de Jeová, porque só há um mesmo Deus para o Universo.

Kardec: Como podem os Espíritos, que parecem desenvolvidos em inteligência, ter ideias evidentemente falsas sobre certas coisas?

Mentores: Eles têm as suas doutrinas. Os que não são bastante adiantados, mas julgam que o são, tomam as suas ideias por verdade. É como acontece entre vós.

(As doutrinas humanas são geralmente fechadas e estáticas, são sistemas fechados. Por isso a Doutrina Espírita se apresenta aberta e dinâmica, baseada na pesquisa e formada pela contribuição de numerosos Espíritos e homens superiores. O Espiritismo não se apresenta como "a verdade", mas como a busca incessante da verdade, que se amplia à medida que os homens e o mundo evoluem).

Kardec: Uma das mais chocantes contradições nas comunicações dos Espíritos refere-se à reencarnação. Por que nem todos a ensinam? Mentores: Há Espíritos cujas ideias estão limitadas ao seu presente, como acontece com muitos homens na Terra. Pensam que sua situação atual deve durar para sempre, não enxergam além do círculo de suas percepções imediatas e não se perguntam de onde vieram e para onde vão. A reencarnação é para eles uma necessidade em que não pensam enquanto ela não chega.  -x-x-x-

    

       O ESPIRITISMO PELA INTERNET: Você pode conhecer a Doutrina Espírita e seu movimento através da internet, pois há muitas páginas sobre o assunto na grande rede. Além da página socespiritasaojoanense.blogspot.com, sugerimos os seguintes sítios:

 www.mundoespiritual.com.br

 www.radioboanova.com.br

                   www.tvmundomaior.com.br

                        www.espirito.org.br

        O EVANGELHO DO MESTRE

 

Sabemos que muito se falou sobre a vida de Jesus, a sua família terrena, seus hábitos, suas andanças pelo mundo, o mistério sobre o período dos 12 aos 30 anos etc. Mas uma coisa é indiscutível e com ela todos concordam, em qualquer doutrina cristã: o valor do seu ENSINO MORAL, que é de pureza cristalina. Em "O Evangelho segundo o Espiritismo", Allan Kardec nos traz a visão Espírita desses ensinamentos, analisando as passagens contidas nos escritos dos 4 Evangelistas mais conhecidos.

O capítulo 8 da obra citada estuda a fala de Jesus "Bem-aventurados os que têm puro o coração", quando o Mestre recebe várias crianças e diz aos discípulos que aquele que não se assemelhar a um daqueles pequenos não entrará no reino de Deus. Kardec assim explica a passagem:

A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui toda ideia de egoísmo e de orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como emblema dessa pureza, do mesmo modo que a tomou como exemplo da humildade. Poderia parecer pouco justa essa comparação, considerando-se que o Espírito da criança pode ser muito antigo e que traz, renascendo para a vida corporal, as imperfeições de que não se libertou em suas vidas passadas. Só um Espírito que houvesse chegado à perfeição poderia oferecer o tipo da verdadeira pureza. É exata, porém, a comparação, do ponto de vista da vida presente, pois a criança, não havendo podido ainda manifestar qualquer tendência perversa, nos apresenta a imagem da inocência e da candura. Daí o não dizer Jesus, de modo absoluto, que o reino dos Céus é para elas, mas para os que se assemelhem a elas.

Ora, se o Espírito da criança já viveu antes, por que não se mostra, desde o nascimento, tal qual é? Como tudo é sábio nas obras de Deus, a criança necessita de cuidados especiais, que somente a ternura materna lhe pode dispensar, ternura que se acresce da fraqueza e da ingenuidade infantil. Para uma mãe devotada, seu filho é sempre um anjo e assim era preciso que fosse, para lhe cativar a solicitude e os cuidados. Ela não poderia ter-lhe o mesmo devotamento se, em vez da graça ingênua, deparasse naquele pequeno ser um caráter adulto e as ideias já desenvolvidas. Muito menos, se conhecesse o seu passado reencarnatório. (Essa é a visão Espírita para a fala contida no Sermão do Monte sobre a conquista do "reino dos Céus"). 

 

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PINGA FOGO COM CHICO XAVIER

 

Questões propostas ao médium Chico Xavier, quando de sua participação em programas da antiga TV Tupi, nos anos 70. Acompanhe nossa adaptação:

 

Pergunta ao Chico: Perdi um filho há um ano. Será que minhas lágrimas o estão prejudicando? (Esclarecimento: ninguém perde ninguém... Nós podemos perder objetos, mas não pessoas. Quem parte para a vida espiritual antes de nós... apenas se libertou mais rápido do cativeiro da matéria).

Resposta do Chico: Quando as lágrimas nascem do nosso reconhecimento a Deus pelos benefícios que recebemos; quando as lágrimas refletem a nossa saudade tocada de esperança, os nossos amigos desencarnados nos dizem que elas lhes fazem muito bem, porque elas são luzes no caminho daqueles que são lembrados com imenso carinho. Mas, quando nossas lágrimas traduzem revolta diante dos desígnios divinos, que nós não podemos de imediato sondar; quando essas lágrimas retratam rebeldia, elas prejudicam os desencarnados. Tanto quanto aos encarnados também... (Portanto, não lamentemos com excessos a partida de nossos entes queridos, pois poderemos prejudicá-los no mundo espiritual, mesmo sem o querer). 

 

Pergunta ao Chico: É verdade que o Espírito Emmanuel (seu mentor espiritual) já encarnou como o padre jesuíta Manuel da Nóbrega? (Nota-se nesta pergunta a curiosidade das pessoas em saber "quem foi quem" no passado próximo ou distante. É uma preocupação que não nos deve tomar o tempo, já que todos nós podemos ter sido príncipes, reis ou milionários,  mas também miseráveis, ladrões ou assassinos no passado. O que importa é o que fazemos da nossa atual encarnação).  Mas, para matar a curiosidade, eis a resposta do Chico: Sim, Emmanuel sempre me confirmou isso; e foi companheiro do também jesuíta José de Anchieta, com quem fundou a cidade de São Paulo no século XVI, começando pelo chamado "pátio do Colégio", a escola que teria sido o marco inicial da capital paulista.  -x-x-x-x-x-x-

 

PARA PENSAR:  "Quando é dito que a Humanidade chegou a um período de transformação e que a Terra deve se elevar na hierarquia dos mundos, não vejam nessas palavras nada de místico, mas, ao contrário, o cumprimento de uma das grandes leis do Universo, contra as quais se dobra toda a má vontade dos Homens." (Espírito Arago, em "A Gênese"). 

SUGESTÃO DE LEITURA

 

Conforme anunciamos no Editorial deste número da Folha, trouxemos para nossos leitores a sugestão de leitura de uma das mais recentes obras lançadas pelo médium e orador Espírita Divaldo Pereira Franco, pela Editora Leal, de Salvador (2010). Trata-se do trabalho ditado pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, o qual recebeu o título de "Transição Planetária".  São 22 capítulos em 247 páginas de reflexão e informações a respeito do processo de mutação pela qual passa o nosso planeta azul.

 

O Autor Espiritual conta-nos em detalhes o grande tsunami que abalou a Ásia em dezembro de 2004, narrando-nos o socorro dado aos desencarnados naquele evento que retirou da Terra mais de 200 mil almas, cada uma delas num momento específico de seu processo evolutivo. Deixa-nos claro que aquilo não foi um "castigo" divino, mas o resultado da lei natural (a Lei de Destruição, estudada em O Livro dos Espíritos, 3ª parte, por Allan Kardec).

 

O próprio Miranda (como costuma ser chamado) foi integrante de uma equipe de socorristas do Mundo Invisível, resgatando centenas de Espíritos nas mais diversas situações e amparando-os para que fossem encaminhados a hospitais e lares do mundo espiritual. Por conta desse socorro dos Amigos Invisíveis, nós não precisamos temer a passagem para o "outro lado", pois em nenhuma situação o Pai Maior deixa seus filhos ao desamparo.

 

Cabe na situação aquele ditado que diz: "ninguém morre antes da hora". E assim, outras desencarnações em massa vão acontecer ao longo dos próximos anos e décadas, com certeza em razão das necessidades evolutivas do planeta mesmo, enquanto ser vivo que é, e dos seres que o habitam. Esses chamados "resgates coletivos" mostrarão àqueles que ficarem a importância de realizarem a sua reforma  interior, para que sejam os verdadeiros "mansos que herdarão a Terra".

 

O prefácio da obra transcreve parte do capítulo 18 de A Gênese, último livro de Kardec:  "para que na Terra sejam felizes os homens, é preciso que somente a povoem Espíritos bons, encarnados e desencarnados, que somente ao bem se dediquem. Tendo chegado o tempo, grande emigração (saída) se verificará entre aqueles que a habitam: a daqueles que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, os quais, não sendo dignos do planeta transformado, serão excluídos para não trazer-lhe maiores perturbações" (...) E segue a citação, que deixamos para sua leitura atenta. Fica, então, a nossa sugestão, mais que oportuna para você: "Transição Planetária", pelo médium Divaldo Pereira Franco. Veja-o numa biblioteca ou na Livraria Espírita. 

INFÂNCIA E MATURIDADE

                           André Luiz (Espírito)   

Infância, juventude, madureza e velhice são simples fases da experiência material. A vida é essência divina e a juvenilidade é seiva eterna do espírito imperecível. Mocidade da alma é condição de todas as criaturas que receberam com a existência o aprendizado sublime, em favor da iluminação de si mesmas e que acolheram no trabalho incessante do bem o melhor programa de engrandecimento e ascensão da personalidade.

        A velhice, pois, como índice de senilidade improdutiva ou enfermiça, constitui apenas um estado provisório da mente que desistiu de aprender e de progredir nos quadros de luta redentora e santificante que o mundo nos oferece.

Nesse sentido, há jovens no corpo físico que revelam avançadas características de senectude, pela ociosidade e rebeldia a que se confinam, e velhos na indumentária carnal que ressurgem sempre à maneira de moços invulneráveis, clareando as tarefas de todos pelo entusiasmo e bondade, valor e alegria com que sabem fortalecer os semelhantes na jornada para a frente. Se a individualidade e o caráter não dependem da roupa com que o homem se apresenta na vida social, a varonilidade juvenil e o bom ânimo não se acham escravizados à roupagem transitória. O jovem de hoje, pelas determinações biológicas do Planeta, será o velho de amanhã; o ancião de agora, pela lei sublime da reencarnação, será o moço do futuro.

         Lembremo-nos, porém, de que a Vida é imortal; de que o Espiritismo é escola ascendente de progresso e sublimação;  de que o Evangelho é a luz eterna, em torno da qual nos cabe o dever de estruturar as nossas asas de Sabedoria e de Amor e, num abraço compreensivo de verdadeira fraternidade, no círculo de esperanças, dificuldades e aspirações que nos identificam uns com os outros, continuemos trabalhando. -x-x-x-x-x-x-

 

A mensagem acima transcrita foi recebida mediunicamente, entre tantas outras, pelo médium Chico Xavier (1910-2002) e nos deixa claro que a idade do corpo ou sua aparência não são o mais importante para o Espírito. O que conta mesmo é a atitude que temos diante da Vida imortal.

 

Expediente: Folha Espírita São-Joanense.  Órgão de divulgação do Espiritismo, sob a responsabilidade da Sociedade São-Joanense de Estudos Espíritas. Tiragem: 2000 exemplares. Circulação trimestral (em março, junho, setembro e dezembro de cada ano). Contatos: (32)8814-4774 ou pelo e.mail mundinhoa@mgconecta.com.br