domingo, 10 de março de 2013

Folha Espírita São-Joanense


  EDITORIAL

          MORTES COLETIVAS

No mundo em que nos encontramos, ainda de expiações e provas, nossa vida se constitui de muitos “altos e baixos”. Momentos felizes se alternam com situações de extrema dificuldade, seja ela material ou espiritual. Para o nosso próprio bem, melhor nos habituarmos a essas oscilações, mas sem nos entregarmos ao desânimo, à descrença na Vida, ao pessimismo.
O ano novo começou com uma triste notícia vinda do Sul do país, que abalou todo o povo brasileiro e movimentou toda a sociedade em preces e vibrações. Referimo-nos ao incêndio ocorrido em casa noturna da cidade de Santa Maria. Sabemos que mais de duzentas pessoas desencarnaram naquela fatídica noite de janeiro. Pelo número de vítimas, costumamos chamar o evento de “desencarnação coletiva”; alguns, mais apressados, usam o termo “resgate coletivo”.
Por que resgate? E por que não simplesmente “fatalidade coletiva”? Segundo O Livro dos Espíritos, base da Doutrina Espírita, a única fatalidade a que estamos sujeitos é a morte (ou desencarnação), e dela não escaparemos, por mais façamos para manter a vida física. O desgaste natural dos órgãos ou as doenças oportunistas nos levarão um dia, inevitavelmente, deste mundo.
Fica, então, o questionamento sobre o tal “resgate”. Nós, Espíritas, temos uma certa “mania” de explicar esse tipo de fenômeno como um “acerto de contas” com as Leis naturais, uma forma de “quitação” com o passado delituoso dos desencarnantes. Mas nem tudo pode ser tão ingenuamente explicado.
Seguramente, o que motivou os Espíritas a sempre explicar esses eventos como “resgate/quitação” foi aquela passagem do incêndio num circo em Niterói/RJ, nos anos 60. O grande e querido médium Chico Xavier teria explicado que, naquela ocasião, segundo informações da Espiritualidade (e não porque ele pensasse assim), estavam reencarnados no Brasil muitos Espíritos que haviam participado das festas de horror dos antigos Romanos. Seriam os mesmos que haviam aprovado a queima dos primeiros Cristãos no Circo de Roma e praticado outros atos de crueldade no seu passado reencarnatório. Tal explicação pareceu bastante plausível naquele momento, principalmente por ter partido de uma figura impoluta como a de Chico Xavier.
A partir de então, numa absurda simplificação, um segmento do movimento Espírita se arvorou em “esclarecedor” desses eventos. Não nos esqueçamos de que não somos “donos da verdade” e que cada um daqueles que abandonaram a vida física no incêndio tem sua trajetória pessoal e suas necessidades evolutivas a cumprir.  -x-x-x-  


       O ESPIRITISMO PELA INTERNET: Você pode conhecer a Doutrina Espírita e seu movimento através da internet, pois há muitas páginas sobre o assunto na grande rede. Além da página socespiritasaojoanense.blogspot.com, sugerimos os seguintes sítios:


                                                www.tvmundomaior.com.br
                                                        www.espirito.org.br





CHEGADAS E PARTIDAS

É bem sabido que a REENCARNAÇÃO é um dos princípios básicos do Espiritismo; entretanto não foi a Doutrina Espírita que introduziu esse princípio no mundo das ideias humanas. Na verdade, vem de milhares de anos a crença (ou certeza) de que todos nós já vivemos antes e continuamos na vida material por um objetivo nobre: a evolução do Espírito imortal. Os antigos egípcios, os chineses, os maias e outros povos contavam com essa certeza. O Espiritismo apenas aprofundou o estudo da reencarnação e deu-lhe a posição de “lei natural”. Nesse sentido, temos uma bela canção de Fernando Brant, compositor mineiro, que certamente foi inspirado para transformá-la (a ideia) em poesia e música. Acompanhe a letra de “Encontros e Despedidas” e veja como fica evidente o princípio das vidas sucessivas e o conceito da Vida como uma estação que passa:
Mande notícias do mundo de lá / Diz quem fica
Me dê um abraço / Venha me apertar.
’Tou chegando / Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos / Melhor ainda é poder voltar
Quando quero...
Todos os dias é um vai-e-vem / A vida se repete na estação.
Tem gente que chega pra ficar / Tem gente que vai pra nunca mais...
Tem gente que vem e quer voltar / Tem gente que vai e quer ficar. Tem gente que veio só olhar / Tem gente a sorrir e a chorar.
E, assim, chegar e partir /  São só dois lados 
Da mesma viagem.  O trem que chega 
É o mesmo trem da partida / A hora do encontro 
É também despedida...
A plataforma dessa estação / É a vida desse meu lugar / É a vida desse meu lugar / É a vida...

PROGRAMA DE RÁDIO – Ouça todos os domingos, de 8h25 às 9h, o programa “EM BUSCA DA SERENIDADE” na Rádio São João del-Rei/AM. Três grupos Espíritas se revezam na sua  apresentação. Confira: você vai gostar. Todo domingo, às 8h25min, pela Rádio São João.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Damos sequência ao estudo das questões e comentários de Allan Kardec nessa obra fundamental do Espiritismo. (Grifos e textos entre parênteses são comentários nossos). Utilizamos tradução do IDE.
Questão 183 – Passando de um mundo a outro, o Espírito passa por uma nova infância?  Resposta dos Espíritos: A infância é, em toda parte, uma transição necessária, porém, não é em toda a parte assim precária como entre vós.
Questão 184 – O Espírito pode escolher o novo mundo em que vai habitar? Resposta: Nem sempre, mas pode pedir e, se tiver méritos, pode ser atendido; pois os mundos são acessíveis aos Espíritos de acordo com o seu grau de elevação.  (Notamos que a questão de mérito está intimamente ligada às possibilidades futuras do Espírito. Se ele não pede um determinado mundo para viver, o seu nível evolutivo indicará naturalmente esse mundo).
Questão 185 – As condições físicas e morais dos seres vivos, em cada globo, são sempre as mesmas perpetuamente? Resposta: Não; os mundos também se submetem à lei do Progresso. Todos começaram como o vosso, por um estado inferior, e a própria Terra suportará uma transformação semelhante. Tornar-se-á um paraíso terrestre, quando os homens se tornarem bons. (É o que estamos esperando, com a regeneração do Homem terreno).
Comentário de Kardec: Assim é que as raças que povoam hoje a Terra desaparecerão um dia e serão substituídas por seres cada vez mais perfeitos; essas raças transformadas sucederão as atuais, como estas sucederam outras mais atrasadas. (Entretanto, Kardec não disse que tais seres podem ser os mesmos que já habitaram a Terra no passado, voltando pela reencarnação necessária).
Questão 186 – Há mundos onde o Espírito, deixando de habitar corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito? Resposta: Sim, e esse próprio envoltório torna-se tão etéreo que, para vós, é como se não existisse; é o estado dos Espíritos puros. (Dizem mais: não há uma demarcação definida entre o estado das últimas encarnações e o estado dos puros Espíritos.)
Questão 187 – A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos? Resposta: Não; ela é mais ou menos etérea (vaporosa). Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria de cada um, rápido como um relâmpago.
Questão 188 – Os Espíritos puros habitam mundos especiais ou estão no espaço sem ligação com este ou aquele mundo? Resposta: Tais Espíritos habitam certos mundos, mas não estão confinados neles como os homens sobre a Terra; eles podem, melhor que os outros, estar por toda a parte. (Há uma nota de rodapé, em que Kardec nos fala sobre a elevação de certos mundos, como Júpiter, onde vivem Espíritos de alta evolução, que podem vir à Terra em missões específicas).  Continuaremos. Aguarde.
        

O LIVRO DOS MÉDIUNS


Essa obra também é essencial para o bom entendimento da Doutrina Espírita; por isso, transcrevemos aqui algumas passagens desse enorme trabalho de Allan Kardec para clarear os nossos caminhos na Terra. Continuando o tema do último número (sobre Evocações), temos as seguintes perguntas e respostas:
Kardec pergunta: Os Espíritos puros, que já terminaram a série de suas encarnações, podem ser evocados? Resposta: Sim, mas muito raramente, pois só se comunicam aos corações puros e sinceros, não aos orgulhosos e egoístas. Assim, é necessário desconfiar dos Espíritos inferiores que se arrogam essa qualidade para se fazerem aos vossos olhos mais importantes do que realmente são.
Pergunta: Como se explica que os Espíritos de homens mais eminentes atendam tão facilmente, e de maneira tão familiar, ao chamado dos homens mais obscuros? Resposta: Os homens julgam os Espíritos por si mesmos, o que é errado. Após a morte corporal, as posições terrenas desaparecem. A única distinção entre os Espíritos é a da bondade, e os que são bons vão a todos os lugares onde possam fazer o bem. 
Pergunta: Como o Espírito de uma criança, morta em tenra idade, pode responder conscientemente se, quando em vida corpórea, ainda não tinha consciência de si mesma? Resposta: A alma da criança é um Espírito ainda envolto nas faixas da matéria. Mas, liberto da matéria, goza de suas faculdades de Espírito imortal, já que os Espíritos não têm idade. Isso vem provar que o Espírito da criança já viveu. No entanto, até que esteja totalmente liberto, pode conservar na linguagem alguns traços do caráter infantil.
OBSERVAÇÃO: A influência corpórea, que perdura mais ou menos no Espírito da criança, às vezes também se nota no Espírito dos que morreram loucos. O Espírito em si mesmo não é louco, mas sabe-se que certos Espíritos acreditam, durante algum tempo, estar ainda no mundo físico. Não é, pois, de admirar que o Espírito do louco ainda se ressinta dos entraves que, durante a vida, se opunham à sua livre manifestação, até que esteja completamente liberto. Esse varia segundo as causas da loucura porque há loucos que recobram toda a lucidez imediatamente após a morte. 
Pergunta: Pode-se evocar o Espírito de um animal? Resposta: O princípio inteligente que animava o animal fica em estado latente após a morte. Os Espíritos encarregados desse trabalho imediatamente o utilizam para animar outros seres, através dos quais continuará o processo de sua elaboração. Assim, no mundo dos Espíritos não há Espíritos errantes de animais, somente Espíritos humanos.
Veja, caro leitor, que há muito a se aprender sobre a Vida no Mundo Espiritual. Somente os orgulhosos e/ou ignorantes preferem certas explicações pouco lógicas, que somente tentam encobrir a Verdade.
    

                O EVANGELHO NA VISÃO ESPÍRITA

  O capítulo 12 de “O Evangelho segundo o Espiritismo” tem o título “Amai os vossos inimigos”, uma atitude um tanto rara para o ser humano comum, de qualquer época. Entretanto, o Mestre não quis dizer que tenhamos de nos apegar àqueles que nos são desafetos, mas respeitá-los, orar por eles e desejar-lhes o bem. Assim fazendo, estaremos nos aproximando do ideal de Amor verdadeiro. Porque é muito fácil amar aqueles que nos são caros; no entanto, considerar os inimigos e desejar-lhes o bem é atitude do verdadeiro cristão. Além disso, cremos ser uma atitude inteligente, já que o “amor cobre a multidão de equívocos” (no dizer do Apóstolo João) e é cabível em qualquer situação, aliviando as tensões e aperfeiçoando os Espíritos.
No item 8 do referido capítulo, Allan Kardec faz as seguintes considerações: “Os preconceitos do mundo sobre o que se adotou chamar ‘ponto de honra’ produzem uma suscetibilidade sombria, nascida do orgulho e da exaltação da personalidade, que leva o homem a retribuir uma ofensa com outra, o que é tido como justiça por aquele cujo senso moral não se acha acima do nível das paixões terrenas. Por isso a lei de Moisés previa ‘olho por olho, dente por dente’, de acordo com época em que viveu o legislador hebreu. Entretanto, veio o Cristo e aconselhou: ‘retribuí o mal com o bem’. Disse mais: ‘não resistais ao mal que vos queiram fazer; se alguém vos bater numa face, apresentai-lhe a outra’.” (Aqui nós entendemos que Jesus não nos disse que fôssemos passivos e sofrêssemos em dobro as ofensas, mas que deveríamos mostrar ao inimigo uma outra face, aquela que evita o mal e busca o bem. Ou seja, não é para sofrermos e não reagirmos; ao contrário, agir com amor.)
Continua o Codificador: “Ao orgulhoso esse ensino de Jesus parecerá uma covardia, porquanto ele não compreende que haja mais coragem em suportar um insulto do que em tomar uma vingança, e não compreende, porque sua visão não pode ultrapassar o presente.”  Seguindo, Kardec nos adverte que não podemos tomar ao pé da letra alguns ensinos de Jesus, mas precisamos fazer uma interpretação mais extensiva dos mesmos. Confira o original, caro leitor, e tire suas conclusões. -x-x-x-
                     



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PALAVRAS DE KARDEC

Em “A Gênese”, a última obra da Codificação, lançada em 1868, ano anterior à sua desencarnação, o Mestre Lionês faz as seguintes colocações no capítulo 14, sobre “Os Fluidos”:
... Tudo se liga, tudo se encadeia no Universo: tudo está submetido à grande e harmoniosa lei da unidade, desde a materialidade mais compacta até a espiritualidade mais pura. A Terra é como um vaso de onde escapa uma fumaça espessa, que se clareia à medida que se eleva, e cujas partes rarefeitas se perdem no espaço infinito. A força divina brilha em todas as partes desse conjunto grandioso.
(...) Sim, tudo é milagre na Natureza, porque tudo é admirável e testemunha a sabedoria divina. Esses milagres são para todo o mundo, para todos aqueles que têm olhos para ver e ouvidos para ouvir, e não em proveito de alguns. Não, não há milagres no sentido que se liga a esse termo, porque tudo ressalta das leis eternas da Criação e essas leis são perfeitas.”


O “PAI NOSSO” ORIGINAL
A palavra “bíblia” quer dizer “conjunto de livros”. Costuma-se dizer que algumas traduções do texto ali contido (Velho e Novo Testamentos) teriam sido verdadeiras “traições” e não “traduções”. Isso porque deturparam, por interesses escusos, o sentido real que seus autores quiseram dar. Por exemplo, no texto dos Salmos de Davi, ele teria dito: “O Senhor é meu pastor e NÃO me faltará”. A tradução ficou assim: “O Senhor é meu pastor e NADA me faltará”.
Veja que na segunda versão, a ideia ficou totalmente material, como se Deus não deixasse faltar os bens da sobrevivência ao homem. Na realidade, é muito mais completa a primeira tradução, pois deixa claro que o Senhor estará sempre conosco, seja nos bons ou nos maus momentos.
Esses e outros esclarecimentos são dados pelo escritor Espírita Severino Celestino, grande estudioso dos originais do hebraico em que se escreveram os livros da Bíblia.
O “Pai Nosso”, que Jesus orou e ensinou, ficou assim, na tradução de Celestino:  “PAI NOSSO dos Céus; Santo é o teu nome; venha o teu reino. Tua vontade se fará na Terra como nos Céus. Dá-nos hoje parte do pão; perdoa as nossas culpas quando tivermos perdoado a culpa dos nossos devedores. Não nos deixes entregues à provação porque assim nos resgatas do Mal. Assim seja.”
Faça a comparação com aquilo que aprendeu e perceba as relevantes diferenças entre os textos. Lembremo-nos de que “a verdade nos libertará”. 
“O CÉU E O INFERNO”

O título deste artigo é o mesmo da penúltima obra da Codificação, de 1865, na qual Allan Kardec trata, na 2ª parte, dos muitos depoimentos de Espíritos que se manifestaram (através de médiuns psicógrafos) nas reuniões da Sociedade Espírita de Paris. Na psicografia, o médium escreve o que o Espírito dita a ele; na psicofonia, o médium diz em voz alta aquilo que ouve dos manifestantes desencarnados. Kardec e os membros da Sociedade faziam as perguntas e  anotavam as respostas para em seguida as submeter ao crivo da razão e do bom senso, antes de levá-las à publicação.
Feito o trabalho de comunicação, incluindo um socorro espiritual e o encorajamento aos desencarnados (quando necessário), muitos desses depoimentos foram publicados também na Revista Espírita, “jornal de estudos psicológicos” (nos dizeres do Codificador) e também em “O Céu e o Inferno”.
Vejamos a manifestação de um Espírito tido como feliz, identificado como EMA: em consequência de acidentes causados pelo fogo, faleceu a Srta. Ema após cruéis sofrimentos. Alguém havia proposto sua evocação na Sociedade Espírita de Paris quando ela se apresentou espontaneamente em 31 de julho de 1863, pouco tempo após sua morte no incêndio. Disse ela:
“Eis-me aqui ainda no cenário do mundo, eu que me julgava sepultada para sempre no meu véu de inocência e juventude. Salvar-me-ia o fogo terrestre do fogo do inferno – assim pensava eu na minha fé católica e, se não ousava entrever os esplendores do paraíso, minha alma tímida se apagava à expiação do purgatório, enquanto pedia, sofria e chorava. Mas quem dava ao ânimo abatido a força de suportar as angústias? Quem, nas longas noites de insônia e febre dolorosa se inclinava no leito de martírios? Quem me refrescava os lábios sedentos e escaldantes? Éreis vós, meu Guia, cuja auréola branca me cercava; e éreis vós outros, Espíritos caros e amigos, que vínheis murmurar-me ao ouvido palavras de esperança e de amor.
A chama que me consumia o corpo débil também me despojou das suas cadeias e, assim, morri vivendo já a verdadeira Vida. Não experimentei a perturbação; entrei serena e recolhida no dia radiante que envolve aqueles que, depois de muito terem sofrido, souberam esperar um pouco.
Minha mãe, minha querida mãe foi a última vibração terrestre que me repercutiu na alma. Como eu desejo que ela se torne Espírita! Desprendi-me da Terra como fruto maduro que se desprendesse da árvore antes do tempo. Eu não tinha sido tocada pelo demônio do orgulho que estimula as almas infelizes, arrastadas pelos êxitos embriagadores e brilhantes da juventude.
Bendigo, pois, o fogo, o sofrimento, a prova, que foram uma expiação. Semelhante a esses brancos e leves fios do outono, flutuo na torrente luminosa e não são mais as estrelas de diamante que me rebrilham na fronte, mas as áureas estrelas do Bom Deus. (...) Bem cedo deixei a Terra e Deus deu-me a vida daqueles que respeitam a Sua vontade. Adorai e amai a Deus, de todo o coração. Acima de tudo, orai firmemente. Nisso consiste o vosso sustentáculo aqui na Terra.”
Veja, caro leitor, que esse Espírito, mesmo tendo desencarnado em situação de grande sofrimento (num incêndio), não blasfemou nem se queixou, nem mesmo passou pelo estado de perturbação comum a quase todos os desencarnados recentes. Realmente, cada um tem sua trajetória nesta Vida e a maneira de abandonar a vida física varia ao infinito. O mais importante é a maneira como nos comportamos após o desenlace. Pensemos nisso!




PINGA-FOGO COM CHICO XAVIER

O querido médium Chico Xavier participou de dois programas de grande repercussão nos anos 70, o famoso “Pinga-Fogo”, durante os quais respondeu a muitas perguntas sobre temas os mais variados, sempre amparado pela Espiritualidade Maior. Vejamos uma delas, de forma adaptada: 
Pergunta ao Chico: Por que há crianças que vêm ao mundo com paralisia cerebral, autismo e outras síndromes? Resposta do Chico: Quando cometemos o suicídio ou perpetramos o homicídio, nós perturbarmos em nós mesmos determinadas estruturas do corpo espiritual. Ficamos, então, claramente alienados quanto ao equilíbrio mental na vida próxima. Sem o corpo físico, somos internados em cidades e colônias do Mundo Espiritual pela bondade do nosso Mestre Maior, através de seus mensageiros e trabalhadores. Ali somos considerados doentes mentais em estado grave. Essas doenças acabam sendo o processo de internação de que precisamos e que solicitamos, a fim de nos melhorarmos e crescermos para Deus. Dói no coração ver o sofrimento dessas crianças, mas estejamos certos de que estão em tratamento espiritual, aprendendo de maneira amarga, mas evoluindo, pois Deus quer o progresso de todos os seus filhos.  -x-x-x-x-x-



Expediente: Folha Espírita São-Joanense.  Órgão de divulgação do Espiritismo, sob a responsabilidade da Sociedade São-Joanense de Estudos Espíritas. Tiragem: 2.200 exemplares. Circulação trimestral (em março, junho, setembro e dezembro de cada ano). Contatos: (32)8806-7447 ou pelo e.mail mundinhoa@mgconecta.com.br